Estudio da Introspecçao: F-X2: Perguntas, respostas, opiniões... Parte 3

Alguns defensores do Sukhoi Su-35 lembram que os russos sinalizaram que o Brasil poderia participar do programa Sukhoi T-50 (projeto PAK FA), segundo algumas fontes.

Para quem não o conhece, o Sukhoi T-50 PAK FA é um caça de 5a geração desenvolvido pela Sukhoi e pela Hindustan Aeronautics Limited (HAL), indiana. O que foi dito é que a Embraer entraria no projeto, assim como a Avibrás. Em 2008, segundo o ministro da Defesa, Nélson Jobim, "O Brasil está oficialmente fora do projeto PAK-FA". O Comandante da Força Áerea Brasileira, Juniti Saito, justificou: "Não quero denegrir a imagem do Sukhoi, mas o projeto não se encaixou nas nossas necessidades." A FAB alega que havia falta de comprometimento dos russos em repassar tecnologia, mas o Itamaraty e fontes russas falaram o contrário: Comprar os Su-35 não só resultaria na transferência de tecnologia, como também incluiria o Brasil no desenvolvimento do projeto PAK FA.

No final de 2013 (outubro), tivemos uma delegação russa em solo pátrio para tentar fechar um acordo para retomar o projeto do PAK FA no Brasil nos moldes antigos. O pacote não inclui apenas os PAK FA, mas sistemas de artilharia antiaérea, entre outras coisas. Business, as usual. Aparentemente isso foi motivado pela aproximação do Brasil com as empresas bélicas da Rússia, e o recente escândalo de espionagem de empresas brasileiras pelos norte-americanos. Vale lembrar que não é exatamente uma novidade que o Brasil tenha vetores militares russos: Nossa fronteira na Amazônia é patrulhada por helicópteros Mil Mi-35, verdadeiros "tanques com hélices" (feios de doer, mas muito eficientes).

O que eu acho? Que o PAK-FA corre o risco de ser um avião sensacional em vários aspectos, inclusive (infelizmente) no preço. Falam em US$ 70 milhões por cada unidade, sem contar o investimento feito na pesquisa e desenvolvimento. E isso será num futuro distante, ainda tem muito caminho a ser percorrido no projeto PAK FA (ou FGFA, segundo os indianos).

E os russos precisam de gente e dinheiro para alavancar o projeto. Ninguém desenvolve, hoje em dia, um caça sozinho (tirando os americanos com o F-22 Raptor, claro). O custo é alto demais. Os protótipos que estão em vôo ainda precisam de muito aperfeiçoamento e refinamento. Por isso que a Índia entra com dinheiro e pessoal trabalhando (indianos são bons em matemática, lembrem-se).

Só que a Índia optou pelo Rafale para equipar sua Força Áerea (126 unidades). Ou seja, aposto que parte da tecnologia do Rafale irá parar no projeto do PAK FA. Cópia? Imagina...

Outra questão: Se os Estados Unidos não irão exportar o F-22 Raptor, então por que a Rússia iria permitir que outro país tivesse acesso a suas tecnologias mais recentes? Bondade? Brasil e Índia não ameaças à Rússia, mas eles precisam de dinheiro para tocar o projeto. Ainda há muito o que fazer. E colocar a Índia, consolidando (ou copiando) tecnologias francesas (do Rafale) no PAK FA... É vantajoso para todos, menos a França.

E o Brasil? Como disse, o Brasil está muito defasado nesse quesito. E como já disse, não vamos virar potências de uma hora para outra. Isso leva tempo. Mas nada impede o Brasil de participar do projeto, independente do projeto F-X2. Já viu o tamanho do país? Precisamos de mais do que 36 caças, e como já disse a presidente Dilma Rousseff, devemos diversificar nossas opções. Nada impede que no futuro operemos também o T-50 em solo pátrio.

Ah, fiquei de falar do FS-2020 também... Sim, a Suécia tem também seu projeto de caça de 5ª geração. Este é o FS-2020. Com a aquisição dos Gripens NG pelo Brasil, e participando do projeto, produzindo 40% dos componentes do avião... Vocês não acham que a SAAB não vai convidar o Brasil e toda a sua capacidade produtiva para esse projeto? Acho provável. E um caça como esse FS-2020 complementaria o Gripen, não o substituiria.

Acho que no futuro próximo (2015?) teremos alguma decisão da FAB sobre participação em projetos, seja o PAK FA ou o FS-2020.